quarta-feira, setembro 17, 2008

Um oceano de plástico

Por Eduardo Wagner [http://idealismodebuteco.wordpress.com]


Durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.

Foto do vórtex

No oceano pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de mais de 1000 km de extensão, a concentração de lixo extende-se a partir da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão, atingindo uma profundidade de mais ou menos 10 metros. Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos.
Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico. Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.


Oceano Plástico


O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha a 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.
A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. “Como foi possível fazermos isso?” – “Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo”.


Tartaruga deformada por aro plástico


Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.


Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave

Segundo PNUMA, o programa das nações unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.

Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico

E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.


Via: The Independent, Greenpeace e Mindfully

sábado, setembro 13, 2008

Tenho andado desaparecida.

Não me tem apetecido escrever no blog, aparecer no MSN ou até mesmo mandar uma mensagem a dizer que estou viva a certas pessoas que são importantes para mim.

Ando bem, feliz até!, mas tenho precisado desta distância, que chega a ser egoísta. Como se a dura e cansativa realidade da minha actual vida de finalista esteja tão gritantemente presente em todos os momentos, que necessito de me rodear de pessoas de quem sei pouco, e que pouco sabem sobre mim, para me poder distanciar de tudo aquilo de que só me apetece fugir.

Depois de um ano lectivo extenuante, e com o relatório de estágio concluído, entregue e corrigido, tirei umas merecidas férias durante o mês de Agosto. As paragens incluíram dias maravilhosos de aventura em terras portuguesas

e dias de descoberta de uma cultura diametralmente oposta à nossa.


No primeiro dia de Setembro voltei a enfiar o nariz nos livros, já que ainda me falta terminar a dissertação de mestrado. Substitui os óculos de sol pelos de leitura, abandonei os romances em detrimento dos artigos científicos, troquei o torrar ao sol pelo queimar das pestanas ao debruçar-me sobre livros todo o santo dia.


Posso dizer que voltei renovada das férias e com um novo ânimo para trabalhar. Mas, verdade seja dita, ainda não consegui voltar ao ritmo de trabalho acelerado que me é exigido pelo escasso tempo que falta para a data de entrega da tese. Por vezes ainda dou por mim a olhar pela janela da biblioteca e a sonhar acordada com as coisas bem mais emocionantes que poderia estar a fazer…


Enfim, o fim-de-semana está aí à porta para dar a provar aquele gostinho de liberdade de que não me canso.

Até breve!