quinta-feira, novembro 29, 2007

O que eles inventam...

Hipopotomonstrosesquipedaliofobia: doença psicológica que se caracteriza pelo medo irracional (ou fobia) de pronunciar palavras grandes ou complicadas. (Irónico, não?)

segunda-feira, novembro 12, 2007

"Tudo o que eu vi estou a partilhar contigo.

O que não vivi, hei-de inventar contigo."

sexta-feira, novembro 09, 2007

Do ser-se adulto.

Esta tarde, no caminho para casa, e por razões que não têm qualquer interesse para este post, pus-me a pensar naquelas pessoas que parece que já não se lembram do que é isso de se ser criança. Indivíduos com quem, na relação, nunca sentimos a espontaneidade e vivacidade típicas de quem tem a infância dentro de si. Não acredito que não possuam realmente a tal criança que existe em todos nós, mas suspeito que a mantenham trancada “a sete chaves”, algures nos recônditos dos seus seres, juntando a isto um esforço em se apresentarem como uma coisa estranha e rígida que crêem significar “ser adulto”. E, então, são assim umas pessoas que parecem usar uma máscara de “pessoa-com-grandes-responsabilidades-e-preocupações”, nunca perdendo a pose, e reagindo com desdém a tudo o que lhes cheire a “infantilidade”.

Da minha parte, não acredito que um adulto seja isso, e este tipo de indivíduos lembra-me sempre adolescentes. Já que é característico destes últimos, essa necessidade de se distanciarem da criança que foram, de modo a que se possam construir como pessoas autónomas, com uma identidade diferenciada. O que não deixa de ser irónico… adultos que querem desesperadamente parecê-lo, mas que, no fundo, acabam por não se afastar muito da maneira de ser de jovens púberes.

Para terminar, deixo umas palavras do mestre que foi JOÃO DOS SANTOS:

“ (…)

João dos Santos – Pois, eu tenho uma ideia sobre isso. É que todos nós, adultos, passámos pela adolescência e a adolescência, de certa maneira, é a recusa da infantilidade, ou da infância. O trabalho que se faz na adolescência, o trabalho interno, mental, psíquico e até corporal, é muito a recusa de se ser criança, de se ser infantil. Depois há pessoas que recuperam mais ou menos a capacidade de ser infantil, ou de brincar, e há algumas que mantém, mesmo na adolescência, esse espírito infantil. Há várias maneiras de se ser infantil, há umas maneiras tolas, umas maneiras parvas – “parvo” em latim quer dizer “pequeno”…

João Sousa Monteiro – Ah sim?

J.S. – É, o que é engraçado… Há maneiras parvas de se ser infantil e há maneiras interessantes. Mas acho muito saudável que as pessoas guardem o que há de positivo na sua infância e sobretudo a capacidade de brincar. A maior parte dos adultos substitui a capacidade de brincar com as coisas, pela capacidade de brincar com as palavras e com as pessoas, com o fazer partidas, com o fazer jogos de palavras, com o contar histórias, com o contar anedotas... E o que o Pedro censurava nos adultos era eles falarem com as crianças como se falassem com outros adultos, esconderem as suas infantilidades, ou tomarem-se muito a sério.

J.S.M. – É verdade, é…

J.S. – É claro que um adulto pode recuperar, em parte pelo menos, a sua capacidade de ser infantil e de se relacionar com crianças, de pôr a sua criança interna em contacto com as outras crianças reais, que estão fora, mas para alguns isso está definitivamente excluído. Há pessoas que criam uma grande carapaça à volta do seu eu, da sua pessoa, da sua maneira de ser, pessoas muito rígidas, que se tornaram educadores muito rígidos. Às vezes são pessoas que tiveram uma grande dificuldade de se libertarem da sua própria infância ou de a esconder, e portanto exigem das crianças a mesma capacidade de esconder a sua infantilidade, de a recusar, de a rejeitar.

(…)”

In Se não sabe porque é que pergunta?, João dos Santos e João Sousa Monteiro.

quarta-feira, novembro 07, 2007

"Killing an animal to make a coat is a sin.


It wasn't meant to be and we have no right to do it. A woman gains status when she refuses to see anything killed to be put on her back. Then she's truly beautiful!"


Doris Day

sexta-feira, novembro 02, 2007

"(...) se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar."
In José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira