segunda-feira, novembro 29, 2004

Voluntariado

Hoje não pude ir ao voluntariado que faço, semanalmente, num hospital psiquiátrico. Não pude porque tinha marcado uma reunião de dúvidas com uma professora, acerca de um trabalho que vou apresentar esta sexta... boring!...
Tenho uma pena imensa quando não posso ir ao voluntariado porque, de facto, aquela hora e meia é muito reconfortante para a minha alma. Quando lá estou sinto que estou a fazer algo realmente bom por alguém.

No fundo, o que eu e os outros voluntários fazemos é algo de muito simples: companhia. É tão simples quanto isso. Fazemos trabalhos manuais com os doentes, existe um grupo de teatro, conversamos, ouvimos, damos o carinho que muitas vezes lhes falta.
Os pacientes que lá estão internados são, a meu ver, pessoas muito carentes de afecto e de calor humano (algo que as paredes nuas e as enfermeiras, sempre tão frias, não lhes dão).
Algo que é essencial ter sempre presente é que antes e além de serem doentes eles são pessoas! Pormenor que, muitas vezes, neste tipo de instituições, os funcionários parecem que esquecem. Tem que haver um esforço para que estas pessoas não se sintam marginalizadas devido à doença que têm. É importante que não sejam "despersonalizadas", que se lhes dê o seu espaço de crescimento, que se lhes faça sentir que os percebemos como indi­víduos.
E é isso que procuramos fazer no voluntariado. Ver o sorriso dos pacientes quando nos vêem chegar, o empenho deles a realizar as actividades que lhes propomos, o ar triste quando temos que ir embora e a ansiedade ao perguntarem quando voltamos é a minha canja de galinha para a alma.

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