A paixão tolda-nos a vista e leva-nos a acreditar que a relação durará para sempre... mas a verdade é que, com o tempo, muitas (tantas!) relações acabam por esfriar. Um dia acordamos e, num repente, damos conta de que aquele sentimento tão intenso, aquele que nos fazia esquecer tudo o mais!, acabou. Morreu.
Mas não é bem assim, não pode ser assim! Num dia o amor, no outro dia a indiferença?
Tem que ser muito mais do que isso... talvez o que aconteça é que está cada um tão concentrado no seu umbigo, nos seus ciúmes, nos seus desejos de amar e de ser amado, no seu ideal romântico do que é o amor, que se esquecem do que é principal: do cuidado de procurar conhecer realmente a outra pessoa, da responsabilidade que é tomar conta do coração de outrem, da atenção às necessidades do outro, da importância dos pequenos gestos; então, com o tempo, a relação esmorece e torna-se superficial.
A princípio nem nos apercebemos... sentimos o amor tal como o idealizámos. Até que um dia há um toque que não nos arrepia, há um sentimento que queremos exprimir mas as palavras já não saem... e aí aparece a dúvida, e a dúvida leva, mais tarde ou mais cedo (dependendo da nossa capacidade de mentirmos a nós próprios), à certeza. À certeza inabalável, lancinante, de que afinal não é amor, não era amor... mas apenas o esboço de um sentimento que podia ter sido, e não foi.
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