Quando mais nova era incapaz de chorar ao pé de outrem. Fazia com que me sentisse vulnerável, preferindo assim engolir as lágrimas. Ia guardando, acumulando, até que, onde ninguém me pudesse encontrar, finalmente explodia. Não tinha ainda aprendido que chorar não me diminui, liberta-me.
O derramar de lágrimas é próprio de quem tem coração. Faz afrouxar dentro de mim a opressão angustiante da tristeza, permitindo-me respirar e reflectir. Agora sei que não há problema se não me sinto forte o suficiente para carregar o fardo sozinha. Não é mau deixar que vejam dentro da minha alma. Foram precisos alguns erros mas desaferrolhei o meu coração, e só assim pude amar completamente. Percebi finalmente que ao dar-me aos outros, por muito frágil que isso me possa tornar nas suas mãos, recebo algo de muito grande em troca. E já não estou sozinha.
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